terça-feira, 31 de março de 2015

Sarau "Inspirações Femininas"

No dia 28 de março aconteceu o V Sarau de Música e Poesia do Clube Literário Tamboril. Não foi apenas mais um encontro para apreciar a literatura e a música. Este sarau foi a celebração da arte de mulheres talentosas e sensíveis, culminando o trabalho que o Clube desenvolveu desde o início deste ano junto com as artistas e escritoras de Pirapora e Buritizeiro. 
Fotografia, artes gráficas, desenho, artes plásticas, teatro, dança, percussão, literatura, seresta, performances poéticas e musicais. Diferentes expressões artísticas reunidas para revelar um pouco dos sentimentos, inspirações, ideias e ideais das artistas participantes do projeto.  


Imagens dos bastidores, produção, ensaios, exposições e apresentações.

Paranoias Femininas HQ poético da ilustradora Anízia Caldeira (foto: David Nascimento)
Painel: poema infantil "Coisas", de Maria Dinoráh (foto: Calyanne Gonçalves)
Exposição literária (foto: Adélio Brasil)
Instalação literária "Assim era ela", sobre o texto de Fabiane Ribeiro (foto: David Nascimento)
Instalação Feminista, de Calyanne Gonçalves (foto: Rafael Oliveira)
Ensaios das mulheres do grupo Amigos Seresteiros (foto: Rafael Oliveira)
Montagem de Instalação Literária (foto: David Nascimento)
Instalação Palavras que inspiram (criação coletiva) foto: Charmene Sopas
Juliana, Cida e Flávia Santos cantam "Feminina" (Joyce Moreno) Foto: Jean Matheus
Bárbara Nunes e Seresta cantam "Eu só quero um xodó" (Anastácia/Dominguinhos) foto: Jean Matheus
Charmene Sopas, leitura do poema "Bom dia Tristeza" (Lúcia Sopas) foto: Jean Matheus
Fatchyô, canta Rita Lee (foto: Jean Matheus)
foto: Jean Matheus
Gabriela Frias canta "Dona Cila" (Maria Gadu)   Foto: Jean Matheus
Maria Helena declama o poema "Não vou mais lavar os pratos" (Cristiane Sobral)  foto: Jean Matheus
Alice Entreportes canta Alcione (foto: Adélio Brasil)
Anízia Caldeira lê seu poema "Cansei de contos de fada" (foto: Adélio Brasil)
Ciranda de Cora (Grupo Araçá) foto: Jean Matheus
Ciranda de Cora (Grupo Araçá) foto: Li Prado
Ciranda de Cora (Grupo Araçá) foto: Adélio Brasil
Grupo Baticundum, percussão e dança   (foto: Adélio Brasil)
Elaine Ramos, performance poética (foto: Adélio Brasil)
Elaine Ramos (foto: Adélio Brasil)
Exposição literária. Charmene Sopas (foto: Adélio Brasil)
Visitação à exposição (foto: Élcio Policarpo)
Instalação feminista (Calyanne Gonçalves) foto: Adélio Brasil
Exposição: Cícera Rodrigues (foto: Élcio Policarpo)
Instalação Literária (foto: Adélio Brasil)
Exposição de artes gráficas (foto: Élcio Policarpo)
Gilca Torres canta Dolores Duran (foto: Paulo Terra)
Gilza canta "Ouça" (Maysa)  foto: Paulo Terra
Exposição literária: poema "Coisas", de Maria Dinoráh (foto: Adélio Brasil)
Juliana Santos recita o texto "Sou como você me vê" Clarisse Lispector (foto: Adélio Brasil)
Maria Tereza recita "Canção do amor perfeito", de Cecília Meireles (foto: Adélio Brasil)
Mariângela Diniz, leitura de texto de Simone de Beauvoir (foto: Paulo Terra)
Maruza interpreta Dolores Duran  (foto: Paulo Terra)
Foto: Li Prado
Rita, leitura do poema "Meu destino" (Cora Coralina)  foto: Paulo Terra
Mulheres da Seresta cantando o cancioneiro sertanejo (foto: Paulo Terra)
Vitória e Lucielly, música "A noite do meu bem" (Dolores Duran) foto: Paulo Terra
Foto: Adélio Brasil

Sobre o Sarau Inspirações Femininas


"Não se nasce mulher
Torna-se mulher" 
(Simone de Beauvoir)


Roteiro do V Sarau de Música e Poesia
Tema: Inspirações Femininas

1. abertura, texto de Simone de Beauvoir (por Mariângela Diniz)
2. música "Feminina", de Joyce Moreno (por Flávia, Juliana e Cida Santos)
3. texto "Sou como você me vê", de Clarice Lispector (por Juliana Santos)
4. música "Ouça", de Maysa (por Gilza)
5. poema "Cansei de contos de fada!", de Anízia Caldeira (por Anízia Caldeira)
6. música "Por causa de você", de Dolores Duran (por Gilca Torres)
7. música "Castigo", de Dolores Duran (por Maruza)
8. poema "Meu destino", de Cora Coralina (por Rita)
9. música "A noite do meu bem" (instrumental), de Dolores Duran (por Vitória e Lucielle)
10. poema "Canção do amor perfeito", de Cecília Meireles (por Maria Tereza)
11. música "Meu vício é você", sucesso da cantora Alcione (por Alice Entreportes)
12. poema "Não vou mais lavar os pratos", de Cristiane Sobral (por Maria Helena)
13. música "Eu só quero um xodó", de Anastácia e Dominguinhos (por Bárbara Nunes)
14. poema "O rio São Francisco", de Valdelice Alves (por Valdelice Alves)
15. homenagem às cantoras sertanejas Inezita Barroso e Roberta Miranda, músicas "A saudade mata a gente" e "A majestade o sabiá" (pelas mulheres do grupo Amigos Seresteiros)
16. poema "Todas as vidas", de Cora Coralina (por Fabiane Ribeiro)
17. dança "Ciranda de Cora" (por Grupo Araçá)
18. poema "Mãos marcadas", de Mirtes Mathias (por Iraci)
19. música "Por enquanto", de Renato Russo (por Gabriela Frias)
20. poema "Assim era ela", de Fabiane Ribeiro (por Fabiane Ribeiro)
21. música "Dona Cila", de Maria Gadu (por Gabriela Frias)
22. poemas "Bom dia tristeza", de Lúcia Sopas, e "Remando contra a maré", de Charmene Sopas (por Charmene Sopas)
23. músicas "Caso sério" e "Desculpe o auê", de Rita Lee e Roberto de Carvalho (por Fatchyô)
24. texto "Gaia", de Calyanne Gonçalves (por Calyanne Gonçalves)
25. músicas "Bem que se quis", de Nelson Mota, e "Amor I love you", de Marisa Monte e Carlinhos Brown (por Juliana Castro)
26. Texto "Ser apenas mulher", de Israel Ramos (por Elaine Ramos)
27. poema "Safena", de Elisa Lucinda, e número musical de percussão com o Grupo Baticundum

Exposição de artes e literatura / Cenário:

Anízia Caldeira (ilustrações)
Calyane Gonçalves (instalação literária)
Charmene Sopas (instalação literária)
Cícera Rodrigues (pintura em tela)
Daisy Martins (escultura)
Fabiane Ribeiro (instalação literária)
Jaqueline Almeida (instalação literária)
Juliana Santos (instalação literária)
Kênia Barros (pintura / desenho)
Li Prado (fotografia)
Lúcia Sopas (instalação literária)
Steffani Martins (desenhos)

quarta-feira, 11 de março de 2015

Ana Miranda (Mulher na Literatura)






















Ana Miranda é uma escritora grande importância para a literatura brasileira. Uma escritora de contos, crônicas, literatura infantil, poesia e (sobretudo) uma grande romancista. Com livros publicados em mais de 20 países e inúmeros prêmios por livros como Boca do Inferno (1989) e Dias e Dias (2002), Ana se destaca entre as escritoras contemporâneas pelo volume e qualidade de sua obra. Em seus romances históricos os personagens, fictícios ou históricos, nos fazem viver os enredos e descobrir toda a brasilidade da escritora cearense. 

Livros de Ana Miranda para download

sexta-feira, 6 de março de 2015

Charmene Sopas Porto (Mulher na Literatura)

De família portuguesa, Charmene Sopas Porto tem entre suas inspirações os poetas portugueses Fernando Pessoa e Florbela Espanca, além da admiração pelo trabalho de Chico Buarque. Dessas inspirações, do cotidiano, das coisas vividas, das saudades, das alegrias, da família, do amor e da arte é que Charmene compõe seus versos, como quem tece um bordado de cores e traços delicados.
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Profana

Eu destruí lares
Violei segredos
Revelei verdades
Tirei teu sossego.

Violentei teu corpo
Te induzi a erros
Inspirei desejos
Dos mais puros aos mais obscenos.

Que outras sejam santas...
Eu serei perdida!
Cometi pecados
E jurei mentiras.

Alimentei sonhos
Apontei defeitos
Desnudei a alma
Me mostrei por dentro.

Te amei com garras
Te marquei com dentes
Toda erva daninha
Plantei a semente.

Te levei ao vício,
Virei dependente
Desse amor que é terno
Mas maltrata a gente.

Despi minhas roupas,
Me despi dos medos.
Quebrei tuas regras,
Me tornei descrente.

Vivo de migalhas
Sobras de carinho.
Eu carrego a culpa
Pelos teus pecados.

Eu mereço a cruz
De não te ter comigo,
Pois você é flor
Eu serei sempre espinho.

E apesar de tudo
Visto o meu sorriso.
...E maldita eu seja,
Por ser tão feliz!
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O Livro

O livro emprestado
Fez-me estragos
Só em pensar
Que as mesmas páginas
Que eu folheava
Foram percorridas
Uma a uma
Pelas tuas mãos.

O livro emprestado
Deu-me rubores
Ao imaginar
Que todas as letras,
Detalhadamente,
Foram observadas
E decifradas
Pelo teu olhar.

O livro emprestado
Guardo com zelo, pois
Despertou-me desejos
Ao supor
Teres adormecido
Com ele entre as mãos.

O livro emprestado
Acelerou-me o peito
Deu-me calafrios
Trouxe-me o despeito,
A inveja:
Ele esteve contigo
E eu não.
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Percepção

Eu tiro os óculos
pra nem te ver
Mas seu sorriso
ilumina o dia
e eu me pego 
olhando sem ver
na sua direção.
É inútil tirar os óculos
Pressinto sua presença.
Te vejo com o coração.
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Haicai Secreto

Você nunca saberá dos sentimentos
Escondidos a sete chaves,
Nem dos sonhos e desejos
Camuflados em meus olhares.
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A sua solidão

Tenho pena da sua solidão.
Morar só.
Silêncio de diálogos.
Dormir só.
Sem pés para roçar os pés.
Acordar só.
Sem sorrisos de Bom Dia!
Respeito. 
Eu sei que é opção.
Talvez nem seja...
Tenho pena de toda solidão.
Fazer comida para um só.
Refeição é bom com alguém...
Ter com quem dividir.
Você tem suas plantas e bichos.
Quem os ama sabe:
Nada mais fiel ou 
Mais verdadeiro.
Você não vive exatamente só.
Mas, tenho pena da sua solidão,
Que é planejada, organizada,
Desejada, programada.
Você se preparou para ela.
Tenho pena de toda solidão!
Se eu pudesse
Acabava com a sua, 
Que eu sei que incomoda 
Bem mais a mim
Que a você.
Você lê quando quer,
Ouve a música que quer,
Assiste ao seu programa na TV,
Dorme à hora que quiser...
Você manda em você!
Sentiu na pele:
“Antes só do que mal acompanhado”.
E escolheu ser só.
E eu vivo sempre
Tão cercada, cerceada,
Que chego a ter mais inveja
do que pena 
Da sua solidão!
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Outro Sonho

Sonhei com um homem chorando.
Uma tristeza sem fim.
Choro contido, calado.
E a visão que eu tinha não era a minha.
Eu via como que ampliado.
As lágrimas não caíam em gotas.
Desciam como rios,
Que invadiam o rosto,
Percorriam rugas,
Preenchendo sulcos,
Molhando a face.

... E havia tanta poesia nisso.
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Saudade

No primeiro minuto sem você,
Por 60 segundos fiquei sem ar.

Na primeira hora sem você,
Por 60 minutos saí do ar.

No primeiro dia sem você,
Por 24 horas eu chorei.

No primeiro mês sem você,
Por 30 dias só pensei.

No primeiro ano sem você,
Por 365 dias apenas lembrei.

Achei que ia morrer,
Talvez desmaiar...
Me afoguei em lágrimas,
Pensamento fixo
Em lembranças boas...

No início sofri,
Depois me acostumei
Com essa ausência presente
Ou presença ausente,
Nem sei.

Você está sempre comigo,
Como minha sombra,
Que de noite me envolve
E de dia me acompanha.

A saudade me faz companhia...
Que imenso vazio seria,
Se não existisse
Esse lembrar de você?
 

quinta-feira, 5 de março de 2015

Café Cultural "Entre Mulheres"


Uma tarde reservada para o encontro de mulheres inteligentes, interessantes e sensíveis. Ocasião para discutir a presença da mulher na literatura e nas artes. Teve leituras, roda de conversa, escambo de livros e, é claro, café!

O outro banquete: escambo de livros.