quinta-feira, 27 de novembro de 2014

DAQUI - Velhos amores daqui / Velho Chico


DAQUI

O poeta Diogo Junio recita seu poema Velhos amores daqui.
A Família Félix canta Velho Chico.


Esses amores daqui
Banhados pela água do Rio São Francisco
Ah! eu não os resisto
Esses amore daqui
Tão puros
Tão rasos
Tão raros
Tão calmos
Como tantos outros por aí
Esses amores daqui
Com tantas histórias pra contar
Esses amores daqui:
Impossível não se apaixonar!
                                               
(Diogo Júnio)


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Sarau para Crianças - Poesia, Contação de Histórias, Dança, Música, Teatro e Brincadeiras....

O mundo da criança precisa ser alimentado com fantasias, com histórias, com cores, sons, brincadeiras...
Durante três dias de Saraus para Crianças, nós conseguimos ver a poesia refletidas nos olhos das crianças que assistiam ou se apresentavam ali. 
Além de assistirem às cenas de teatro encenadas pelo Clube, as crianças também foram convidadas para subirem ao palco e mostrarem seus talentos em declamações, músicas e danças. 
Leilão de Jardim (Cecíla Meireles)


Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão.)
O vizinho do lado (Pedro Bandeira)
Não suporto o meu vizinho!
Imagine que o danado,
com a cara mais lavada, 
passa pela minha frente
como se eu não fosse nada.

Não suporto o meu vizinho!
Roda pelo bairro todo,
Sem prestar nem atenção,
E se esquece que uma vez
lhe emprestei o meu pião.

Não suporto o meu vizinho!
Se eu pudesse, agora mesmo
me mudava de cidade,
ou melhor: mudava ele
pra bem longe, na verdade.

Ah, que moleque feio e tolo!
Pensa que é muito importante
Só porque tem bicicleta.

Eu só vou mudar de ideia
de uma forma bem completa, 
se o danado do vizinho 
me emprestar a bicicleta.

Mais vídeos do Sarau para Crianças AQUI

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Saraus para Crianças

                                                                                  Foto: Ivan Rodrigues
Durante a I Semana de Arte e Cultura de Pirapora o Clube Literário Tamboril realizou vários saraus para crianças juntamente com os alunos e educadores da rede municipal de ensino de Pirapora. 
Foram três dias de palco livre para a fantasia das histórias, da poesia, da música, da dança e do teatro. Alunos, professores, escritores, contadores de histórias e artistas locais transformaram o palco em um mundo de sonhos e de liberdade.

Pantomima: O Palhaço, a Bailarina e o Vilão. (Foto: Ivan Rodrigues)
             Foto: Ivan Rodrigues


 Poema "Leilão de Jardim", de Cecíla Meireles. Declamado por alunos da Escola Geny Hatem

 Poema "A canção dos tamanquinhos", de Cecíla Meireles. Recitado por aluna do CECRIA. (Foto: Cíntia Fonseca)

Apresentação musical das alunas da Escola Rui Barbosa.  (Foto: Cíntia Fonseca)

"Sabalelê", número de percussão corporal e dança apresentado por alunas da Escola Geny Hatem (Foto: Cíntia Fonseca)
Apresentação dos alunos do Colégio Cenecista de Pirapora. (Foto: Cíntia Fonseca) 

Coral da Escola Municipal Doutor Otávio. (Foto: Cíntia Fonseca) 

Brincando com a poesia "O pato", de Vinícius de Moraes. (Foto: Cíntia Fonseca) 

"Lá vem o Pato, pata aqui pata acolá. Lá vem o Pato para ver o que é que há". (Foto: Cíntia Fonseca)

Coral da Escola Municipal Dona Cândida Mendes Álvares (Foto: Cíntia Fonseca)

Trupe Art'manha apresentando a esquete teatral "As peripécias do Macaco Simão" (Foto: Cíntia Fonseca)

Leco Boneco, um dos apresentadores do Sarau. (foto: Cíntia Fonseca)

Contação de Histórias com a Tia Lena
Boneco Leco tocando flauta doce no 1º dia de Sarau para Crianças

Contação de História: "A Cigarra e a Formiga" (foto: Cíntia Fonseca)
Florzinha apresentado, contando histórias e cantando no Sarau para Crianças

Bonecos e Fantoches do Curso "A arte de contar histórias". (Foto: Cíntia Fonseca)
Bonecos e Fantoches do Curso "A arte de contar histórias". (Foto: Cíntia Fonseca)

domingo, 2 de novembro de 2014

Manuel Bandeira e Villa Lobos


Nesta cena do III Sarau do Clube Literário Tamboril o professor e escritor Carlos Roberto recita o poema Madrigal Melancólico, de Manuel Bandeira. As músicas executadas pelos violonistas Leonardo Caffé e Lobão, são de Heitor Villa Lobos, representante do movimento modernista na música. A primeira música executada chama-se Mazurka Choro, a segunda é o Trenzinho Caipira.

"O que eu adoro em ti 
não é a tua beleza
a beleza é em nós que existe
a beleza é um conceito
e a beleza é triste
Não é triste em si
mas pelo que há nela
de fragilidade e incerteza"

Trecho do poema "Madrigal Melancólico" (Manuel Bandeira)

Veja outro vídeo do Sarau Modernismo-Tropicália

sábado, 1 de novembro de 2014

O Poeta come amendoim


A poesia de Mário de Andrade e a música de Caetano Veloso no Terceiro Sarau de Música e Poesia Clube Literário Tamboril. 
Elaine Ramos recita "O poeta come amendoim" escrito por Mário de Andrade para o poeta mineiro Carlos Drummond.
Rafael Oliveira, Guilherme Magno e Junin Tuzin interpretam a música "Tropicália". 

O Poeta Come Amendoim
(Mário de Andrade)

Noites pesadas de cheiros e calores amontoados...
Foi o sol que por todo o sítio imenso do Brasil 
Andou marcando de moreno os brasileiros
Estou pensando nos tempos de antes de eu nascer...
A noite era para descansar. As gargalhadas brancas dos mulatos...
Silêncio! O imperador medita os seus versinhos.
Os Caramurús conspiram na sombra das mangueiras ovais.
Só o murmurejo dos cre'm-deus-padres irmanavam os homens de meu país...
Duma feita os canhamboras perceberam que não tinha mais escravos,
Por causa disso muita virgem-do-rosário se perdeu.
Porém, o desastre verdadeiro foi embonecar essa república temporã.
A gente inda não sabia se governar.
Progredir, progredimos um tiquinho
Que o progresso também é uma fatalidade.
Será o que o nosso senhor quiser!
Estou com desejos de desastres...
Com desejos do Amazonas e dos ventos muriçocas
Se encostando na canjerana dos batentes...
Tenho desejos de violas e de solidões sem sentido
Tenho desejos de gemer e de morrer.
Brasil...
Mastigado na gostosura quente do amendoim...
Falado numa língua curumim 
De palavras incertas num remeleixo melado melancólico...
Saem lentas frescas trituradas pelos meus dentes bons...
Molham meus beiços que dão beijos alastrados
E depois semitoam sem malícia as rezas bem nascidas...
Brasil amado não porque seja minha pátria,
Pátria é acaso de migrações e do pão-nosso onde Deus der.
Brasil que eu amo porque é o ritmo do meu braço aventuroso, 
O gosto dos meus descansos, 
O balanço das minhas cantigas amores e danças.
Brasil que eu sou porque é a minha expressão muito engraçada,
Porque é o meu sentimento pachorrento, 
Porque é o meu jeito de ganhar dinheiro, de comer e de dormir.

Assista outro vídeo do Sarau Modernismo-Tropicália