sexta-feira, 22 de junho de 2018

O olhar da criança

Toda semana temos atividades na nossa Biblioteca Comunitária, onde recebemos grupos de crianças e adolescentes para um bate-papo, contação de histórias, leituras e brincadeiras. 
Não raramente, os pequenos leitores se mostram fascinados com as mínimas descobertas que fazem no ambiente - as  carrancas, as cores e aromas dos temperos, as ervas, os doces e queijos, etc. 
O ambiente do Mercado Central é um caleidoscópio que mistura elementos da cultura local, como a culinária, a medicina popular e o artesanato, de modo tão atrativo que é inevitável, sobretudo para as crianças e adolescentes, não ficar hipnotizado em meio a tantos estímulos.
Para nós, que já estamos integrados ao ambiente do mercado onde está a biblioteca, tudo o que há a nossa volta (cores, cheiros, sabores, pessoas), tudo isso já nos é familiar, cotidiano. 
Muitas vezes perdemos a oportunidade de observar a beleza e as particularidades desse nosso lugar de convivência e de trabalho, simplesmente pelo fato dos sentidos já terem se adaptado a essas informações que nos entram pelos olhos, ouvidos, narinas e poros.
Convidamos as crianças a fazerem um tour pelo local antes da roda de conversa que realizamos essa semana. Com uma câmera na mão, os pequenos se revesaram para capturar imagens e nos revelar o seu olhar sobre esse universo que é o Mercado Central de Pirapora.










quarta-feira, 23 de maio de 2018

Roda de Conversa: O mundo da leitura e a leitura do mundo

"A leitura do mundo precede a leitura da palavra" (Paulo Freire)

Fomos convidados para ir falar aos alunos da E. E. Cidade Jardim sobre a importância da Leitura. Mas, pensando em como mediar a roda de conversa sobre o tema, surgiu a frase do Paulo Freire e, inevitavelmente, veio a questão: 
que mundo é esse que temos que aprender a ler para além das palavras e dos livros?


O mundo ao nosso redor, está cada vez mais povoado de símbolos, significados (explícitos ou não), opiniões, informações, fakenews, ideologias, poesia, imagens, etc.
No meio desse mar de informações às vezes nos sentimos desnorteados, afogamos. 
Resolvemos falar com a garotada sobre isso tudo e nos questionar sobre que tipo de leitor de mundo somos cada um de nós.





Ao final, chegamos à conclusão de que, sim, aprendemos a ler o mundo antes de aprendermos a ler as palavras. Mas, quanto mais nos tornamos bons leitores das palavras e de livros, mais preparados estamos para interpretar todo o mundo ao  redor.
Cada participante falou sobre seu tipo de leitura preferida (poemas, gibis, blogs, piadas, e até (por que não?) filmes, músicas. 



Com essa diversidade toda de mundo para ler, só poderia ser assim mesmo. Cada um de nós vai descobrindo o que mais nos agrada e adquirindo diferentes ferramentas para interpretar o mundo.

Essa troca, como acontece em todas as rodas de conversa, ampliou o nosso olhar sobre o mundo. 
Espero que para as crianças também tenha acontecido o mesmo.

ps. roda de conversa aqui não se faz só conversando. 
Teve rap, stand up, poesia, telefone sem fio, varal de livros, fotografias, vídeo-poema, música.
Porque prosa boa é assim! 

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Mediar é preciso!

“Um mediador da leitura é aquele que, 
através de atividades programadas ou não, 
consegue despertar o bichinho da leitura que todos temos cá dentro, 
mas que por vezes está adormecido”

- Meca -

O mediador da leitura é aquele que aproxima as pessoas do livro. Não se trata de entregar objeto-livro nas mãos do leitor. O mediador usa a sua paixão pela literatura para despertar atenção do outro para as histórias, a poesia, o drama e as múltiplas interpretações do mundo registradas nos livros.
Existem diversos recursos artísticos disponíveis para que possamos mediar a leitura e 'despertar o bichinho da leitura' em crianças e adultos. 
A leitura dramática, a contação de histórias, a declamação, a leitura coletiva, o teatro de fantoches, os jogos e músicas são algumas das muitas maneiras de mediar a leitura. 
A criatividade, recurso inesgotável, permite que existam uma infinidade de maneiras de fazer o outro querer mergulhar no universo da literatura. 
É importante percebermos que a mediação pode acontecer em qualquer local e em qualquer fase da vida. Tentemos a imaginar que a mediação está restrita ao ambiente escolar e direcionada somente para crianças. 
Pais, professores, bibliotecários, artistas, filhos, enfim, todos podemos ser mediadores. 
Ler junto, ler para, ler com, dramatizar, recontar, declamar, cantar e brincar com as histórias e versos são atividades que incentivam a leitura e criam pontes entre pessoas.
Para realizar uma boa mediação da leitura devemos:
1 - conhecer muito bem o livro/história/poema
2 - abusar da criatividade e das técnicas disponíveis
3 - perceber o outro, a quem nos dirigimos. 

quinta-feira, 19 de abril de 2018

SEMANA DO LIVRO INFANTIL - Dicas de Leitura

 Para comemorar a Semana do Livro Infantil recebemos dicas de leitura dos nossos pequenos leitores.
A indicação do Kauã, de 9 anos, é o LIVRO TATU-BALÃO, da escritora Sônia Barros, ilustrado por Simone Matias.
É a história da amizade inusitada entre um menino e um tatu-bola que sonhava em ser tatu-balão para poder voar.
E quem não sonha em poder voar?
Vale a pena conferir essa história!
 Não deixem de ler também a coleção de livros DIÁRIO DE UMA GAROTA NADA POPULAR, da escritora Rachel Renee Russell. 
Quem indica é a Emmanuely, 11 anos, de Buritizeiro.
É um livro para pré-adolescentes que conta a história de Kikki, uma adolescente de 14 anos que registra no seu diário todos os dilemas vividos na escola, entre os amigos, na relação com os pais.
Quem lê o primeiro livro, vai querer ler todos da coleção! 
O João Guilherme, 7 anos, também nos apresenta o seu livro infantil preferido:
SERÁ QUE EU DIVIDO MEU SORVETE?, escrito e ilustrado por MO Willems.
O enredo conta o impasse do elefante Geraldo sobre dividir ou não o seu sorvete com sua amiga Porquinha. “talvez a Porquinha não goste daquele sabor... Por outro lado, um sorvete certamente vai deixá-la muito contente. 
Geraldo tem que tomar logo uma decisão, antes que o sorvete derreta!”

É uma bela história sobre amizade. 
  Bernardo Assis, 08 anos, compartilhou com a gente o seu livro favorito: UM LIVRO PARA BART, escrito por Judith Koppens.
Que tipo de livro agradaria um cãozinho? Isso é o que Gabi, protagonista dessa história está tentando descobrir.
Gabi adora ler, mas seu cãozinho Bart nunca pegou em um livro! Ele só pensa em brincar com sua bola. Gabi mostra o livro para ele e diz que ler é muito divertido. Bart não quer nem saber. Então, Gabi tem uma ideia genial. Ir à biblioteca com Bart para procurar um livro de que ele goste!
O Bernardo já sabe como termina essa história.
Para descobrir, vamos ter que ler.
 A Mariana, 10 anos, indica o livro infanto-juvenil O REI DA SOLA, da escritora Márcia Frazão, com ilustrações de Mariana Massarani.
O livro faz parte da Coleção HISTÓRIAS DA BRUXA VITALINA e conta a história de Claudinha, menina do tênis de ouro, capaz de realizar habilidosas jogadas no futebol. Ela acredita que é o seu tênis amarelo que lhe dá agilidade para jogar bola como ninguém. Mas, e agora que a sola do calçado soltou?
Ficou curioso pra saber como termina? 
Para encerrar, vamos falar do livro recomendado pelo Daniel Queiroz, 10 anos.
MITOS URBANOS, livro escritor por cinco autores diferentes, reúne cinco contos do imaginário popular, ambientados em grandes centros urbanos e transmitidos oralmente. Chamados de mitos urbanos, essas histórias vão adquirindo aspectos e detalhes de cada lugar em que são recontadas.
Cada um dos autores conta uma versão dos seus próprios medos urbanos.
E quem é que não gosta de uma boa história de horror?!

Deleite-se com a leitura dos títulos indicados pelos nosso pequenos leitores.

Ótima semana do livro infantil para todxs!!!!

quarta-feira, 21 de março de 2018

 “Mulheres são como as águas, crescem quando se encontram”.
Ouvi essa frase pela primeira vez no dia da nossa Feira de Troca de Saberes, evento que encerrou as atividades do Sarau Inspirações Femininas, em 2018.
A comparação expressa naquela frase não poderia ser mais exata para definir o momento vivido pelas mulheres participantes do projeto.
O Sarau, que é realizado anualmente no mês de março, já trouxe diversas atividades em outras edições, como oficinas, rodas de conversa, exposições, apresentações artísticas, produção de vídeo-poemas e publicação de livro de autoras locais.
Com menos recursos que nos anos anteriores, tivemos que nos esforçar para criar uma programação de baixo custo e com o mesmo impacto na ampliação dos espaços de fala e no empoderamento das mulheres envolvidas.
Foi então que surgiu a ideia de fazermos a Feira de Troca de Saberes. Um encontro onde todas as participantes teriam o que oferecer, o que dizer e aprender umas com as outras.
O resultado: mulheres de diferentes classes sociais, idades, graus de instrução, orientação sexual, de origens, profissões e credos diversos, todas reunidas durante uma tarde inteira para falar sobre as questões da mulher na sociedade e para compartilharem saberes.
Tudo aconteceu simultaneamente (atividades como meditação, fotografia, yôga, massagem, música, declamação, performance, roda de conversa, maquiagem, tranças e turbantes). Essa efervescência de ideias, saberes, histórias de vida e projetos de futuro, tudo sendo intercambiado pelas mulheres, pareceu gerar em nas participantes um ânimo novo para enfrentar os desafios de um mundo opressor e excludente para a mulher.
O Sarau Inspirações Femininas 2018 aconteceu no momento em que o país vive uma comoção e o choque diante da execução de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro. Em Buritizeiro, cidade vizinha de Pirapora, uma mulher de 39 anos havia sido assassinada na mesma tarde em que acontecia a feira. Pelo mundo inteiro, outras mulheres são agredidas, violentadas, subjugadas e oprimidas.
A realidade é assustadora para a mulher, e cada uma, isolada, pode sentir-se impotente diante do que está posto.
Em ocasiões em que as mulheres se encontram, se fortalecem enquanto coletividade. Por isso, a Feira de Troca de Saberes permitiu mais do que aprender-ensinar e dizer-ouvir. Como as águas crescem quando se encontram, dando corpo aos rios, assim também as mulheres participantes da feira saíram dali mais fortes e empoderadas.




quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Arrumando a casa

Nesses últimos meses o Clube contou com a ajuda de uma turma do bem para organizar e catalogar o acervo de livros dos nossos Pontos de Leitura.
 
 A partir de um projeto de Extensão do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - IFNMG, coordenado pelo Bibliotecário Leandro, estudantes de Administração e Sistemas de Informação nos ajudaram a dar mais um passo na organização das nossas bibliotecas comunitárias: fizemos a escolha de um sistema de classificação dos livros; catalogamos e informatizamos todo o acervo que, em breve, poderá ser consultado online pelos nossos leitores a partir de site criado pela equipe do projeto.









                           
Muitas vezes, como leitores, frequentamos as bibliotecas e selecionamos os livros sem imaginar o trabalho por trás de toda a organização do espaço e dos livros. 
Esse projeto nos deu um pouco a dimensão desse trabalho. 
Sistema de Classificação por Cores (adaptado pelo Clube Literário Tamboril)
 Sobre o projeto aqui

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Diário de Férias



As melhores lembranças das férias escolares envolvem encontro com os primos, passeio na casa dos avós, tardes de clube e sorvete, festas do pijama, vídeo-game, brincar na rua e (pelo menos pra nós) livros, livros e livros.
O último sábado de férias foi, para os pequenos leitores do Clube, dia de festa.


Reunidos na Praça, os pequenos e seus pais, junto com a nossa trupe, fizemos nossa pequena festa literária. 
Teve Bruxa como protagonista de história infantil, jacaré falante, escultura de balão, pirulito, pinta-cara, correria, gargalhada. 
Faltou nada!










Certeza que esse fim de semana vai merecer um capítulo especial no diário de férias de muita gente!


Depois de toda uma manhã construindo boas lembranças de férias, a criançada ainda teve energia pra se despedir com um abraço e uma pergunta na ponta da lingua:

- Quando tem de novo?

Resposta: 

- Sempre tem!!!