segunda-feira, 12 de maio de 2014

Lança teu barco no mundo

Aprendi a andar nessas terras
Seguindo outro norte: o poente
Estradas de rio me levam
Me espreita o olhar de serpente
Daquele que inveja a coragem
De quem nem navega sozinho
E nem sequer teme a saudade
Do que não se traz na bagagem...
Do que ficou pelo caminho...
Lancei o meu barco no mundo
Levava apenas poentes
Que guardava numa algibeira
Junto com algumas sementes
De sonhos de uma vida inteira
O resto eu não carregava
E nada guardava comigo
Seguia o curso das águas
Que inventa o próprio caminho
E esquece o olhar de serpente
De quem só viaja vazio.
Voltei pelo curso do rio
Aprendi o caminho da volta
Buscando a raiz, a nascente
Já não tinha medo de nada
Da chuva ou da madrugada
Trazia na minha algibeira
Tudo o que colhi na ribeira
O rio embalava meu corpo
O vento embalava meu barco
E eu soube que não estive errado
Sonhei que a vida é um sonho
Aprendi a sonhar acordado!
Lança teu barco no mundo, viaja! (Rafael Oliveira - 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário