terça-feira, 9 de julho de 2019

De Korpo aberto para a Kanção

"No dia 23 de junho, aconteceu a oficina sobre as letras das canções do Marku Ribas, que fez parte da programação do Festival Minas Canta Marku, ocorrido no Centro Cultural Banco do Brasil, em BH, durante os dia 19 e 23/06.
O objetivo da oficina era se debruçar sobre as letras das composições do Marku, coisa que ainda não tinha sido feita com o detrimento necessário ainda. Durante o festival aconteceram oficinas sobre vários seguimentos da obra Markuniana (percussão, harmonia, sopros), e nós ficamos responsáveis pelas “letras”. 
A oficina foi pensada pelo Clube Literário Tamboril, a convite da Júlia Ribas, filha do Marku, que nos deu livre acesso ao arquivo pessoal do Marku para que a gente pudesse pesquisar todo o acervo.
Durante meses visitei a casa do artista para pesquisar os encartes originais e selecionar essas canções que a gente iria analisar na oficina.
Como resultado dessa pesquisa, a gente editou um livro chamado DE KORPO ABERTO PARA A KANÇÃO, pra que pudéssemos reunir essas letras. 
Edição artesanal do livro, pela Alecrim Edições (Iago Bastos)
A ideia da Oficina era ouvir as canções, ler as letras e analisar coletivamente essa obra. Foram selecionadas músicas muito importantes na carreira do Marku, como Zamba Ben, Kalimba (dos discos Underground e Autóctone), além de outras não tão conhecidas, como Porto Seguro e Kazumbanda (discos Underground e Marku).
O encontro foi excelente! A gente pode de fato se aprofundar na interpretação das palavras, versos, musicalidade do Marku e na interseção entre poesia e música. Navegar, mesmo, na arte da palavra e da música. 

Os participantes da oficina puderam contribuir. Foi mesmo uma oficina de descoberta da obra do Marku. Descoberta dos sentidos que estão implícitos em suas letras.
A ideia do corpo aberto (que dá título ao livro) é uma ideia tanto de uma postura do Marku em relação à obra dele e à diversidade enorme de influencias que ele recebe e capta na música dele. Mas, também é um corpo aberto nosso, enquanto leitores, diante dessa obra cheia de embocaduras, espinhos, lugares, geografias, possibilidades interpretativas.


Cada participante da oficina saiu dali um pouco mais sensível para as palavras na obra desse compositor.
A oficina cumpriu seu objetivo."

Douglas de Oliveira Tomaz
(Escritor e Professor de Literatura)
Membro do Clube Literário Tamboril
Arte de capa do disco Underground (1973)

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