Em outros tempos podia-se assistir, aos pés dos coretos das cidades do interior, às pequenas bandas marciais que faziam soar, solenemente, as melodias típicas dos eventos cívicos que reuniam as famílias nas praças principais daquelas cidadezinhas.
Ainda hoje eles estão lá, os coretos das praças principais das cidades do interior.
Mesmo que ignorados pelos nossos olhos apressados, resiste neles algo poético, um quê de nostalgia que, mesmo os que não viram as bandas marciais tocarem sobre os coretos, não sabemos explicar.
Em volta do Coreto da Praça dos Cariris, em Pirapora, tem acontecido uma retomada dos momentos de apreciação e vivência da cultura e da poesia que nasce das mãos e do intelecto do povo: todo sábado, pela manhã, o café típico da roça é servido pelas quitandeiras da Fazenda Paco Paco - sabor de casa de avó; ao mesmo tempo acontece a Feira de Artesanato, onde a gente encontra os artistas populares e suas preciosidades feitas à mão, contendo, cada peça, a marca própria de seu artífice.
E por que não inserir a literatura nesse contexto?
Foi o que fizemos: durante a Ocupação Literária, realizada em outubro, fizemos daquele o nosso lugar de encontro. Inauguramos, na Feira de Artesanato, a nossa Barraca Literária realizando um sarau diurno à sombra do Coreto da praça.
Teve música caipira, seresta, declamação e violino. Ao redor, abraços, cores, sabores, encontros, descobertas. Todo sábado, desde então, o ponto de encontro certo para quem quer conhecer um pouco sobre o que o Clube faz. Estamos por lá, próximos ao coreto, numa barraca colorida pelas cores do tecido de chitão, rodeados de livros e de amigos.
Toda cidade do interior tem uma praça principal.
Toda praça principal tem um coreto.
Todo coreto, poesia.
O poeta Edson Lopes faz leitura de seus poemas |
Amigos Seresteiros |
Anízia Caldeira |
Dennis Cheqman e Ana Luíza |
Douglas Tomaz lê "O Elefante" (Carlos Drummond de Andrade) |
Félix Merica e Gabi |
Barraca Literária |
Elaine Ramos e Carlos Roberto * Fotos de Eder Salvador |