sexta-feira, 20 de novembro de 2020

20 de novembro: Consciência, vivência e ativismo

 A gente ainda tem muito que avançar para destruir as bases do racismo estrutural e da desigualdade racial. Também temos muito que celebrar a presença de pensadores, ativistas e influenciadores pretos, pretas e pretes na internet.

Dar visibilidade e ampliar essas vozes é uma forma de combater o racismo. Por isso, pedimos aos nossos leitores para indicar perfis inspiradores para compartilhar com vocês.

Veja alguns:







Adriel Oliveira (@livrosdoDrii)

Estudante da cidade de Salvador, de apenas 13 anos, que compartilha em seu perfil o amor pelos livros, indicando leituras, fazendo resenhas e falando um pouco sobre suas preferências literárias. Em 2020, o adolescente foi vítima de racismo nas redes sociais. A resposta do pequeno leitor aos agressores racistas foi se integrar ainda mais à causa antirracista, passando a indicar livros de autores e autoras negras para os adolescentes, pais e educadores que o seguem. O Canal do Youtube Livros do Dri também traz vídeos e resenhas completas com linguagem informal e descontraída. A Biblioteca Comunitária Tamboril indica MUITO esse canal para jovens leitores.

Quilombo Literário (@quilomboliterario)

Perfil criado pela escritora e socióloga Luciana Bento e por seu marido e professor de história Léo Bento para promover e debater Livros com protagonismo negro, feminismo e literaturas não-hegemônicas. O perfil faz indicações de leitura, conteúdos e de escritoras negras, além de compartilhar as leituras atuais e livros preferidos do casal. A dica é também seguir o canal (maravilhoso!) no youtube, para ver as resenhas completas.

AfroInfância (@afroinfancia)

Afroinfância é uma das descobertas mais maravilhosas que o Clube Tamboril encontrou no youtube e instagram. O canal se dedica a indicar livros, atividades pedagógicas, brincadeiras, oficinas afrolúdicas e outros conteúdos. A dedicação em conhecer e enriquecer universo da criança preta e o compromisso com uma educação afrocentrada tornam esse canal uma preciosidade que todo educador e pai precisa conhecer.

Caçando Estórias (@cacandoestorias)

Esse é um perfil que promove a cultura afro brasileira e africana, ajudando combater o racismo por meio da cultura, educação e literatura. Kemla Baptista é escritora e contadora de estórias afro-brasileiras e africanas que compartilha com seus seguidores de todas as idades. Tem bastante coisa interessante para ver nos canais da contadora de histórias, tanto no insta quanto no youtube. Combate o racismo com cultura, educação e literatura.

Negras Autoras (@negrasautoras)

Coletivo de artistas pretas de Belo Horizonte (MG) criado em 2015 para dar voz às mulheres negras. O Coletivo Negras Autoras busca ampliar o lugar de fala da mulher preta, para que elas contem suas próprias histórias. No perfil, também são divulgadas as produções artísticas das integrantes em diferentes expressões artísticas, como música, teatro e literatura.  Essas mulheres poderosas lançaram em 2020  um disco incrível chamado “Coletivo Negras Autoras”, disponível no spotify. (ouça!)

Gabi Oliveira (@gabidepretas)

Criadora do canal De Pretas, Gabi é formada em Comunicação e aborda temas ligados às questões raciais e beleza de forma descontraída. Hoje a Gabi é uma das influenciadoras negras com mais seguidores e admiradores no Brasil, o que lhe rendeu Prêmio Influenciadores Digitais.

Preta Rara (@pretararaoficial)

Preta é rapper, influencer e arte educadora. Ela iniciou o canal relatando sua rotina no facebook, logo ganhou milhares de seguidores e passou a falar sobre racismo, feminismo e cotidiano do povo preto no Brasil. A preta rara é símbolo de representatividade e potência.

Rodrigo França (@rodrigofranca)

O professor Rodrigo ganhou influência nas redes sociais após participar do Big Brother Brasil 19. Nas redes sociais, o educador e dramaturgo, levanta muitas questões e debates sobre temas como cultura, educação, sexualidade, racismo, e outros.

Joice Berth (@joiceberth)

No perfil do Instagram da escritora, arquiteta e urbanista Joice Berth é destacada a vivencia da mulher negra em diferentes aspectos da vida contemporânea. Joice Berth é autora do livro “O que é empoderamento?” e, tanto no livro quanto nas redes, ela lança um olhar crítico e politizado sobre as questões social, racial e de gênero. Uma pensadora negra que merece muito ser conhecida.

Jup do Bairro (@jupdobairro)

Jup do bairro é cantora, dona do single Corpo Sem Juízo, e uma das influenciadoras ascendentes de 2020. Representa os corpos “fora do padrão” e cria para representar e diversificar o meio musical e de influência. Além do conteúdo na música e nas redes, a Jup apresenta o programa “TransMissão”, juntamente com Linn da Quebrada, no Canal Brasil (episódios disponíveis no youtube). ASSISTAM!

Djamila Ribeiro (@djamilaribeiro1)

A filósofa Djamila Ribeiro é conhecida por ser uma ativista do movimento negro e feminista. Produtora de conteúdo com viés político, Djamila fala sobre as principais questões da sociedade com um olhar crítico e interseccional. Djamila também é autora do livro “O que é lugar de fala?” e consultora do programa de TV “Amor e Sexo”, onde apresenta a perspectiva da mulher negra sobre os pontos levantados pelo programa.

Yuri Marçal (@oyurimarçal)

Além de influenciador digital, Yuri é ator e comediante. Por meio de seu humor crítico abrange o racismo, intolerância religiosa e homofobia em vídeos no Instagram e apresentações de stand-up.

PH Côrtes (@cortesph)

Começou como influenciador aos 14 anos, com um canal no qual falava sobre racismo e exaltar heróis negros, como Zumbi dos Palmares. Atualmente, dirige o canal PlanAfros, com Valter Rege, e produz conteúdo audiovisual com a periferia.

Samuel Gomes (@samuelgomes)

Designer gráfico premiado pelo livro “Guardei no Armário”, que hoje dá nome ao seu canal no YouTube, no qual discute questões LGBTQIA+, sobre a vida na periferia e comunidade negra. Também faz palestras e cria conteúdo audiovisual.

Danna Lisboa (@dannalisboa)

Danna se define como cantora, compositora, dançarina, atriz e mulher trans arteira. Sua pluralidade a colocou como uma figura que representa empoderamento, aceitação e superação. Pela música, aborda temas de seu cotidiano como mulher trans negra e artista.

Murilo Araújo (@muropequeno)

Jornalista, Murilo é militante negro e LGBTQIA+ e aborda os temas em seu canal Muro Pequeno, no qual também entrevistas figuras da comunidade negra e outros ativistas. Também comenta televisão, cinema e literatura.


quarta-feira, 18 de setembro de 2019

II Encontro dos Pontos de Leitura

Os Pontos de Leitura são Gelotecas (geladeiras velhas reaproveitadas como armários de livros) que o Clube Tamboril doa para associações que prestam serviços comunitários na área da cultura, educação ou assistência social. Junto com as Gelotecas, cada instituição parceira recebe um acervo de livros e gibis doados pelos leitores.
Em locais inusitados, como o galpão de uma reciclagem, o corredor do mercado municipal ou o hall de entrada de um sindicato, a gente cria uma biblioteca que atende à comunidade, oferecendo mais do que livros para empréstimos. 
Nesses pontos de leitura são realizadas oficinas diversas, rodas de conversa, contação de histórias, cinema comentado, e outras atividades.
As atividades desenvolvidas nos Pontos de Leitura fortalecem os vínculos comunitários e contribuem com o acesso à cultura e à educação. 
Quando criamos o primeiro Ponto de Leitura, em Pirapora no ano de 2015, não imaginávamos que o projeto iria render tantos frutos frutos e tantas parcerias incríveis.
Hoje, temos como parceiros o Grupo de Percussão Baticundum, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Pirapora (SINDIPIRA), o Mercado Municipal, a Associação dos Catadores e Recicladores de Pirapora (ASCARPI), a Associação Amaê Berimbarte e o Cursinho Revolucionando Pensamentos. 
A articulação dessa rede de agentes comunitários engajados e instituições tão atuantes em diferentes áreas é o nosso maior orgulho e um motivo para comemorar. 
Para celebrar o projeto Pontos de Leitura e as parcerias surgidas a partir desse projeto, a gente realizou em setembro de 2019 a 2ª Edição do Encontro dos Pontos de Leitura.
Não dá pra descrever todos os momentos que vivenciamos nos dois dias de programação. Mas, as imagens desse post darão uma ideia do que foi o nosso encontro.
Na Biblioteca Comunitária Tamboril, recebemos crianças e jovens para uma roda de conversa sobre Educação Integral e Empreendedorismo Social. Além do bate-papo, tivemos apresentações artísticas e roda de capoeira.
Também teve contação de histórias com a Turma da Tia Moranguinho. 
Reunimos artistas de Pirapora e Buritizeiro (MG), Recife (PE), Brasília (DF) e Valparaíso (GO) em um grande sarau que começou na Praça, na sexta-feira a noite, e encerrou no sábado, na Biblioteca Comunitária, onde, além de muita música, tivemos o lançamento de literatura de cordel do poeta popular Gardel.

terça-feira, 9 de julho de 2019

De Korpo aberto para a Kanção

"No dia 23 de junho, aconteceu a oficina sobre as letras das canções do Marku Ribas, que fez parte da programação do Festival Minas Canta Marku, ocorrido no Centro Cultural Banco do Brasil, em BH, durante os dia 19 e 23/06.
O objetivo da oficina era se debruçar sobre as letras das composições do Marku, coisa que ainda não tinha sido feita com o detrimento necessário ainda. Durante o festival aconteceram oficinas sobre vários seguimentos da obra Markuniana (percussão, harmonia, sopros), e nós ficamos responsáveis pelas “letras”. 
A oficina foi pensada pelo Clube Literário Tamboril, a convite da Júlia Ribas, filha do Marku, que nos deu livre acesso ao arquivo pessoal do Marku para que a gente pudesse pesquisar todo o acervo.
Durante meses visitei a casa do artista para pesquisar os encartes originais e selecionar essas canções que a gente iria analisar na oficina.
Como resultado dessa pesquisa, a gente editou um livro chamado DE KORPO ABERTO PARA A KANÇÃO, pra que pudéssemos reunir essas letras. 
Edição artesanal do livro, pela Alecrim Edições (Iago Bastos)
A ideia da Oficina era ouvir as canções, ler as letras e analisar coletivamente essa obra. Foram selecionadas músicas muito importantes na carreira do Marku, como Zamba Ben, Kalimba (dos discos Underground e Autóctone), além de outras não tão conhecidas, como Porto Seguro e Kazumbanda (discos Underground e Marku).
O encontro foi excelente! A gente pode de fato se aprofundar na interpretação das palavras, versos, musicalidade do Marku e na interseção entre poesia e música. Navegar, mesmo, na arte da palavra e da música. 

Os participantes da oficina puderam contribuir. Foi mesmo uma oficina de descoberta da obra do Marku. Descoberta dos sentidos que estão implícitos em suas letras.
A ideia do corpo aberto (que dá título ao livro) é uma ideia tanto de uma postura do Marku em relação à obra dele e à diversidade enorme de influencias que ele recebe e capta na música dele. Mas, também é um corpo aberto nosso, enquanto leitores, diante dessa obra cheia de embocaduras, espinhos, lugares, geografias, possibilidades interpretativas.


Cada participante da oficina saiu dali um pouco mais sensível para as palavras na obra desse compositor.
A oficina cumpriu seu objetivo."

Douglas de Oliveira Tomaz
(Escritor e Professor de Literatura)
Membro do Clube Literário Tamboril
Arte de capa do disco Underground (1973)

sábado, 27 de abril de 2019

Semana do Livro Infantil - Ano III

A literatura, considerando a oralidade, teve origens há muitos milênios atrás, quando o ser humano ainda era nômade e não existia nem mesmo a ideia das letras e da escrita. 
Espanta pensar que, mesmo tendo origens remotas, demorou muito até que fosse criada uma literatura para crianças.

Foi a partir do século XVII que começaram a surgir histórias e contos voltados para as crianças. A princípio, eram contos e histórias para educá-las moralmente, mas, com o tempo, a literatura infantil foi ganhando características que permitem acessar a sensibilidade, garantem entretenimento, facilitam o acesso à cultura, estimulam a imaginação e a criatividade, enfim, livro passou a ser coisa de criança também. 

No Brasil, comemoramos em 18 de Abril o Dia do Livro Infantil. A data foi escolhida em homenagem ao aniversário de nascimento de Monteiro Lobato, criador do Sítio do Pica Pau Amarelo e dos personagens como a boneca de pano Emília, que junto com outros personagens da turma do Sítio, vive diversas histórias criadas para encantar os pequenos leitores.
Na nossa Biblioteca Comunitária e nos Pontos de Leitura, a gente faz questão de destacar a literatura infantil e reservamos todo ano uma semana inteira para celebrar a existência e diversidade que hoje encontramos dentro da produção literária para crianças. 
Nossa gratidão aos mediadores de leitura e contadores de história que nos ajudam a apresentar a literatura infantil para a meninada.








Somos apaixonados por livros (sobretudo pelos livros infantis!). 


Salve os escritores e ilustradores que se dedicam a esse universo! 






Durante a Semana do Livro Infantil de 2019, mais de 250 crianças foram presenteadas com livros infantis novinhos. 
Para muitos deles, foi o primeiro livro.


segunda-feira, 8 de abril de 2019

A Biblioteca Comunitária: Acervo


Uma das características que diferenciam as bibliotecas comunitárias ou populares de bibliotecas públicas é a efetiva participação da comunidade que, por meio de um esforço coletivo, cria e mantém esse espaço cultural para cumprir a função de guardar os livros e de incentivar a leitura, o estudo, a produção literária e científica.
Com trabalho voluntário e sugestões de atividades para a programação da Biblioteca, os usuários colaboram na construção de um ambiente vivo e pulsante. Mas, mais do que nos ajudar a pensar no funcionamento ou na programação, os usuários têm um papel fundamental na formação do acervo da Biblioteca. São eles os 'curadores' e responsáveis pela bibliodiversidade por aqui..
Diariamente recebemos dos leitores e frequentadores da Biblioteca Comunitária Clube Tamboril livros de diversos gêneros e assuntos, literários ou não, que ajudam a compor um mosaico interessante em nossas estantes. 
As placas nas prateleiras dão uma ideia dessa bibliodiversidade:










Nossa gratidão às crianças e adultos que confiam em nós para guardar os livros que um dia foram seus. Cada doação torna a biblioteca um lugar um tanto mais interessante porque tem um pouco de cada colaborador.