terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Gaia

Eu sou o chão que pisa, o ar que respira,
sou o sol que lhe ilumina e esquenta, 
sou o frio que lhe castiga
sou o castigo, o vidro que lhe fere
sou o sangue que escorre da sua pele,
sou o remédio que lhe ajuda,
sou o seu veneno e a sua cura,
seu anjo e seu demonio,
tudo que há na razão e tudo mais que for insano,
eu sou o próprio sagrado,
eu sou o profano,
sou o beijo quente de bom dia,
sou a porrada na boca do estômago,
sou a sua casa,
sou a decoração da sua parede,
sou as rosas do seu jardim,
sou a grama que toma todo o espaço das flores e afins,
sou o amor dos seus livros de poesias da cabeceira,
sou o terror do filme que passa na tevê na sexta-feira,
sou o sabor do maracujá que te acalma,
sou a pimenta malagueta que você come sem poder beber água,
sou seu trabalho que lhe sustenta,
sou as pilhas de serviço e números que lhe atenta,
sou o doce,
sou a folha amarga
sou sua amiga,
sou sua inimiga.
Eu sou mulher, eu sou Gaia!
sou a terra e o que mais há nela.


 Texto de Calyanne Gonçalves



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